Segunda Turma do STF tem maioria para manter condenação e prisão de réus da Boate Kiss
Ministros rejeitaram recursos das defesas contra decisão do ministro Dias Toffoli. Réus devem permanecer presos. Fachada da boate Kiss, em Santa Maria, 10 anos após incêndio
Jonas Campos/RBS TV
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de votos nesta segunda-feira (3) para manter a decisão que restabeleceu a condenação dos quatro réus pelo caso da boate Kiss e determinou imediata prisão.
Os ministros do colegiado julgam, no plenário virtual, recursos das defesas dos condenados contra a ordem do ministro Dias Toffoli. Os votos podem ser inseridos no sistema eletrônico da Corte até o fim da noite desta segunda.
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O incêndio na madrugada de 27 de janeiro de 2013 na Boate Kiss, em Santa Maria, deixou 242 pessoas mortas e outras 636 feridas.
A maioria jovens, que morreram por asfixia causada pela fumaça tóxica liberada após o fogo atingir a espuma que revestia o teto do palco, onde a banda Gurizada Fandangueira se apresentava.
Os 4 réus foram condenados à prisão.
Para Elissandro Spohr, a pena é de 22 anos e 6 meses.
Para Mauro Hoffman, 19 anos e 6 meses.
Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha foram condenados a 18 anos de prisão.
Andamento na Justiça
Em agosto de 2022, o Tribunal de Justiça (TJ) do RS anulou o julgamento alegando irregularidades na escolha dos jurados, reunião entre o juiz presidente do júri e os jurados, ilegalidades nos quesitos elaborados e suposta mudança da acusação na réplica, o que não é permitido.
Em setembro do ano passado, Toffoli atendeu a recursos apresentados pela Procuradoria-Geral da República e pelo Ministério Público do Rio do Sul. As defesas questionaram a decisão.
Ao analisar os recursos, Toffoli afirmou que os argumentos apresentados pelas defesas são "insuficientes para modificar a decisão ora agravada".
O voto do relator foi seguido por Edson Fachin e Gilmar Mendes. Faltam votar Nunes Marques e André Mendonça.
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